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domingo, 19 de maio de 2013

DIA D DA PORTELA

"Portela
Suas cores tem
Na bandeira do Brasil
E no céu também
Avante portelense para a vitória
Não vê que o teu passado é cheio de glória
Eu tenho saudade
Desperta oh! grande mocidade"


Nos versos de Chico Santana, do Hino da Portela, está gravada toda esperança de mais de uma geração de portelenses. Acabar com a saga dos mafiosos que tomaram conta e vilipendiaram a maior campeã do Carnaval desde 1974, ano em que o bicheiro Carlinhos Maracanã chegou ao poder na escola. Amanhã é o dia.

Desrespeito aos ícones, as tradições, aos símbolos, tudo isso aconteceu em todos esses anos. Época em que a Portela nunca ganhou o Carnaval sozinha. Basta. Está na hora da virada. Aquela bandeira azul e branca com a águia altaneira é a mais pesada entre todas as agremiações, não pode ficar tanto tempo sem tremular no lugar mais alto.

Nem tanto pelos nomes que compõem a chapa (claro que só de ter Mestre Monarco como Presidente de Honra, ela já larga kms a frente da chapa da situação), mas sim pelo movimento de renovação que leio e ouço por aí de muitos portelenses é que acredito num futuro promissor caso a chapa Portela Verdade seja eleita.

E que a primeira atitude da futura gestão seja abrir seu quadro social, é um absurdo que entre milhares de portelenses dispostos a ajudar só 357 possam decidir os rumos da Azul e Branca.

Salve a Portela!

sábado, 18 de maio de 2013

ESPLENDOR DE BALCÃO - ADEGA PÉROLA

Entendo que o primeiro sentido que é aguçado ao adentrar a adega Pérola é a visão. Que maravilha é aquele balcão recheado de cores, formas e texturas. Chama muita atenção, é lindo.

A Adega Pérola se notabiliza pela variedade imensa de acepipes que expõe no seu balcão, tem de tudo e muito mais: embutidos, polvosalmão, tremoços, sardinhas,batatas calabresa, bem a lista é interminável, e dá vontade de provar tudo. Como alguém já comentou aqui em baixo, olhando separadamente cada um dos quitutes, o preço não é tão caro, mas experimenta passar a noite pedindo diversas daquelas delícias para você ver só.

O atendimento não é lá de primeira nota, você tem que gritar o garçom, e repetir as coisas para se fazer ouvir, mas nada que atrapalhe o ambiente.

Sim, também não vá em busca de conforto, o local conta com poucas mesas e bancos de madeiras, e as pessoas se acotovelam no balcão ou bebericam na calçada em frente. O que não estraga nem um pouco a alma desse estupendo boteco.

terça-feira, 26 de março de 2013

SERÁ QUE É O PREÇO?

Certa vez, Paulo Vinicius Coelho disse num programa da ESPN, com relação aos públicos nos estádios que o diagnóstico errado gera o remédio errado, e o remédio errado pode se transformar em veneno.

Saiu hoje no Lancenet, notícia de que os ingressos aumentaram 300% nos últimos 10 anos. Na reportagem o diretor da consultoria que fez o estudo, vaticina que os estádios estão vazios por conta do preço. Bem, pegando as médias de público do Campeonato Brasileiro da Série A como parâmetro, vemos que isso é mentira, pelo menos na amostragem de tempo que a Pluri fez a análise. Em 2003, a média foi de 10468 pagantes, a do último Campeonato foi de 12983, ou seja, um incremento de quase 25% para um suposto aumento do ingresso de 300%, se é essa a análise a ser feita, os clubes estão cobertos de razão.

A reportagem fala que o futebol revogou a lei da oferta e demanda, a grande questão é o quanto essa demanda se estica pelo fator preço. E outra questão que corre em paralelo, é se os demais setores do futebol brasileiro permitem que a lei da oferta e demanda seja levada às últimas conseqüências.

Tentando explicar: o jogo Nova Iguaçu x Vasco causou grande espanto quando foi anunciado o público pagante de 770 torcedores. Analisando todos os componentes do jogo: horário de 22 horas, transmissão em TV aberta, inclusive para a cidade de Volta Redonda, Vasco vindo de derrota para um pequeno. Duvido muito que mesmo com os portões abertos e ingressos gratuitos, o estádio chegaria perto de lotar. Logo, a conta a ser feita pelos clubes, é qual é o preço que me permite ter uma maior arrecadação.

No Brasileiro de 2005, em que Botafogo e Flamengo jogaram no estádio da Portuguesa da Ilha, havia promoção de ingresso a 1 real, em vários jogos. Na minha lembrança, em vários desses confrontos, a capacidade do estádio ficou muito ociosa.

Ingresso a 1 real

A outra face da moeda, é que quando existe demanda para os ingressos, a cartolagem, a imprensa, as torcidas organizadas e tudo que cerca o futebol não permitem, ou pelo menos chiam bastante, que os preços sejam elevados até onde a demanda sugere. A final da Taça Guanabara 2013 é um exemplo disso, todos acharam absurdo o valor do ingresso, fora da realidade diziam alguns, entretanto todos os ingressos foram vendidos, o que prova que é possível até que se a corda fosse mais esticada, a presença do público seria a mesma e a arrecadação maior.
Fluminense x LDU em 2008, exemplo de gritaria contra a lei da oferta e demanda.

Eu que nasci em 1985, não consigo entender a gritaria sobre público que temos por aqui. Pelo menos nos últimos 20 anos, os públicos se mantêm mais ou menos constantes, dizem ser um absurdo o Flamengo colocar 4171 pagantes contra o Boavista, só que em 1996 contra o Barreira (antigo nome do Boavista) colocava 2794. Uso o Flamengo como exemplo, pois é o time de maior torcida, mas o panorama não muda muito entre os 4 grandes do Rio. Eu posso até aceitar que os públicos são pífios, porém essa discussão está atrasada no mínimo há 30 anos.

Quanto ao valor do ingresso, a título de comparação, peguei duas situações onde toda a oferta foi consumida, uma a primeira final do Campeonato Carioca após a implantação do Plano Real e a recente final da Taça Guanabara. Vamos comparar os valores dos ingressos:

Fluminense 3 x Flamengo 2 (25/06/1995)
Público Pagante: 112.285
Renda: R$1.621.850,00
Ticket Médio: R$ 14,44

Botafogo 1 x Vasco 0 (10/03/2013)
Público Pagante: 32.770
Renda: R$1.617.180,00
Ticket Médio: R$ 49,34

Colocando o valor de R$14,44 para ser corrigido pelo IPCA na Calculadora do cidadão do Banco Central, teremos um valor em março de 2013 de R$47,96. 14 reais em 1995, representava 14% do salário mínimo, 50 reais hoje representam menos de 8% do salário mínimo. Logo, não parece que os preços estão assim tão exorbitantes, pelo menos para os grandes jogos.

Na verdade, olhar só para os preços pode ser a pior saída para o futebol brasileiro sair desse patamar de presença de público nos estádios. Todos os demais fatores parecem influenciar muito mais do que o valor do ingresso. As fórmulas do campeonato,  as instalações dos estádios, a cultura torcedora, a overdose de futebol nas TVs fechadas  (o Brasil deve ser o único país do mundo onde se transmite campeonato de pelo menos 12 países), o acesso aos estádios, a qualidade dos times envolvidos. Procurar resolver outras questões podem mostrar caminhos mais promissores.