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segunda-feira, 2 de maio de 2011

O APEQUENAMENTO DO VASCO

Não tenho a necessidade de comentar o título do Flamengo. Incontestável e com todos os méritos. Ganhou os dois turnos, não perdeu de ninguém, jogou com o regulamento debaixo do braço e mereceu levar.

O fato mais relevante na tarde de domingo quando Thiago Neves converteu o 3º penalti rubro-negro é a constatação que o Clube de Regatas Vasco da Gama, o outrora poderoso Vascão da Colina Histórica, está cada vez mais diminuindo de tamanho. E a sua torcida, seus sócios, seus dirigentes precisam fazer alguma coisa.

O Vasco não virou um time pequeno, óbvio que não. O Vasco tem história, peso na camisa e torcida de um gigante do futebol brasileiro. Mas não tem feito valer isso dentro das quatro linhas, que logicamente é um reflexo daquilo que é feito fora delas.

A 6ª colocação no Campeonato Carioca revela muita coisa, mas não é só essa vergonhosa posição na tabela que me faz ter a convicção de que o processo de apequenamento segue, ao contrário do que a mídia apregoa sobre um suposto reerguimento do orgulho vascaíno. O que se passa no Vasco é um descolamento de um time com a sua história, com o seu DNA. O Vasco é o time da virada, o time das lutas inglórias, o time que bancou os negros no futebol, que ousou desafiar o poderio da Rede Globo, a torcida que quando eu era garoto, fazia frente a torcida do Flamengo mesmo sendo bem menor.


Detalhe da bela camisa negra do Vasco contra o racismo

O Vasco de hoje não é isso. O Vasco de hoje já não acredita que pode ganhar do Flamengo (calma vascaínos, o dia da zica vai acabar, eu como bom botafoguense sei disso, mas a torcida tem que acreditar nisso), o Vasco de hoje é um time com apoio da mídia, mas é o apoio para cumprir um papel subserviente no cenário do futebol brasileiro. O Vasco de hoje precisa descobrir contra o quê lutar, e na minha opinião, essa luta começa com os dragões internos.

Aqui neste espaço, não sou defensor de nenhuma das forças políticas do clube cruzmaltino que brigam defendendo, cada um, o novo e o velho Vasco. Até porque muito dos 08 anos de jejum foram na admnistração de Eurico Miranda. Logo, o que venho aqui dizer é que alguma coisa mudou no panorama da torcida cruzmaltina,e não foi para melhor, e só ela pode ser capaz de reverter esse processo.


O Vasco campeão brasileiro quando ousou desafiar a Globo
Quando eu era moleque, o Vasco era o time temido, o time pelo qual eu nutria a maior antipatia, afinal na maioria das vezes ganhava do meu Botafogo, além de ter sido o papa-tudo da década de 90 em terras cariocas. Com dois brilhantes esquadrões que reinaram nos gramados, um no nível regional e outro em âmbito nacional e internacional. O tricampeão carioca (92-93-94) e o duas vezes campeão brasileiro, campeão da Libertadores e do Mundial (97 até 2000). Apesar de achar que essa fase, dificilmente, se repetirá no médio prazo, é por causa dela, da imensa torcida (hoje não tão feliz) e da sua relevância para a história do futebol brasileiro que o Vasco será imortal.

O 1º grande time que eu vi do Vasco: Bismarck e Edmundo

1 comentários:

  1. Parabenizo-o e agradeço o seu comentário. Você, como botafoguense, tem muito mais visão do Vasco que a sua hoje patética torcida manipulada pela mídia global (plim-plim).
    Mas ainda existe uma resistência vascaína. Travamos uma luta árdua no sentido de tentar conscientizar esta patética torcida. É difícil mas vamos resistir sempre.
    www.casaca.com.br

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