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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

ENCHENDO A PANÇA NO CACHAMBI

Conhecer um lugar elogiado por todos e já famoso há bastante tempo é sempre um risco. A expectativa é sempre grande, e assim sendo a possibilidade de frustação também é maior. Mas não é o caso do belo botequim (não é o uso mais correto da palavra) Cachambeer. O local já foi resenhado por diversos entendedores do assunto, logo fica difícil escrever algo diferente, mas vou tentar dar minha ótica sobre o lugar.

Como o lugar ficou famoso por participar do festival Comida di Buteco e por seu cozinheiro ir até o programa da Ana Maria Braga ensinar receita, achei a fila para entrar razoável, apesar de detestar ter que esperar em algum lugar para comer com tantas opções de restaurantes no Rio de Janeiro. Mas como a espera pela visita ao local tinha sido longa, decidimos aguardar. Não sei também se é sempre assim na casa, afinal chegamos num horário que parecia ser de pico, pois depois o público ficou menor, além de ser dia de Flamengo x Vasco e o Cachambeer ficar relativamente próximo ao Engenhão.

Na fila de espera a boa vontade dos garçons ficou clara, serviam chopes e petiscos para quem quisesse amenizar a dor da espera.

Da fila já dava para perceber que lá não é exatamente um lugar para ir a dois, o ideal é ir com um grupo grande pois as porções são realmente fartas, a famosa costela do lugar vem em proporção assutadora passeando pelo salão. Os pratos que dizem servir 2, servem 4, 5.

Estavámos só eu e a Mi, minha noiva, e fomos em busca de belisquetes saborosos de entrada. Pedimos os pastéis (eu de costela e ela de camarão), um hit da fila de espera. E o pastel não deixa nada a desejar, não é como em certos restaurantes que tem pastel só para cumprir tabela na hora das entradas. O pastel tem uma massa ok, mas o brilho está na generosidade e no capricho do recheio. A Mi, como boa mineira, quis provar o torresmo do local. E aí já não era mais surpresa para ninguém, a travessa transbordava torresmos com um preço bem em conta. Poderiam até ser mais carnudos que é como eu gosto, mas não dá para reclamar.

O chope também chegou gelado e o que é melhor: era da Brahma. Acho que os bares da cidade deveriam ser proibidos de vender esses chopes Sol ou Itaipava. Óbvio que até o chope da Brahma pode ser mal tirado, mal armazenado e quente. Porém quando é tirado da maneira certa e com pressão, a distância para os concorrentes é medida em anos-luz.

Para o prato principal optamos pelo palmito pupunha na brasa com camarão e catupiry. Eu fiquei dividido entre todos os pratos da casa: o cabrito, a costela, o joelho a pururuca, o porquinho, mas minha noiva é mais contida em matéria de orgias gastronômicas. A pedida foi acertada, o palmito é um troço de bom, e se fosse vendido em lugar mais requintado poderia vir com 1/4 do tamanho e o dobro do preço que a galera bateria palma e pediria bis.
Comemos até nos fartar e ainda sobrou mais da metade, que devidamente virou uma quentinha.

Pretendo voltar tantas outras vezes lá, de preferencia com grupos maiores para poder dar conta da fartura das porções e de opções do lugar.

P.S: Ainda mais sensacional é a chamada no cardápio do local: "Aqui não tem salada!". Vida longa ao Cachambeer. 

terça-feira, 14 de junho de 2011

COMANDANTE GUEVARA! PRESENTE!

Hoje pela manhã quase tive engulho ao ler a coluna de Rodrigo Constantino para o globo (vou colocar até em minuscúlas para mostrar meu menosprezo) sobre o revolucionário Ernesto Guevara. Rodrigo prova ser da pior espécie da direita raivosa e reacionária, reproduzindo a matéria caluniosa da veja de uns tempos atrás.

Para começo de conversa, um cidadão que escreve que a Revolução Cubana espalhou "um rastro de morte, miséria e escravidão na ilha caribenha", não tem o mínimo conhecimento sobre os dados economicos-sociais da ilha pós-59. Na verdade até tem, só que de tão canalha que é não os mostra e prefere as frases feitas.

A razão de tamanha falta de bom senso e de tamanha revolta com o mito que se criou em torno de Che é que eles (a elite direitosa) sabe muito bem que o Comandante é e será sempre um exemplo para jovens e os explorados de todo mundo que decidem lutar. Seja pela abnegação dos cargos, seja pelo internacionalismo das suas lutas, seja pelo sentimento de busca pela liberdade dos povos excluídos.

O texto de Rodrigo é um amontoado de opiniões sem nenhum embasamento, frases fora de contexto (como a do ódio revolucionário) e tentativas de fatos não explicados e/ou manipulados.

Che continua a incomodar mesmo depois de décadas da sua morte na Bolívia. Principalmente nesse momento em que jovens e trabalhadores ao redor do mundo (Europa, mundo árabe) estão tomando para si a tarefa de mudarem o curso da história, o exemplo de Guevara continua vivo e não vão ser esses odiosos que vão conseguir matá-lo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

UM LÍDER NEGRO

Vou usar esse cantinho aqui para prestar homenagem a esse brasileiro maiúsculo que foi Abdias do Nascimento (1914-2011).

Conheci a figura de Abdias numa audiência pública surreal sobre cotas na UFRJ. Eu ainda era garoto novo na Universidade, e a época contrário às cotas, principalmente por ter sido "prejudicado" no vestibular para a UERJ. O debate foi acalorado e lá pelas tantas, entrou um grupo contra cotas fazendo uma baderna, desrespeitando debatedores e platéia. No mesmo momento, os alunos da Educafro (ONG de Frei David) começaram a bater boca com os "manifestantes".

No meio da balbúrdia, tinha a figura de Abdias, com um discurso coerente; contrapondo ao esquizofrenismo de Frei David e também do palestrante contra cotas (não, não era o Ali Kamel); que fez cosquinhas na mente do jovem estudante que depois com estudo e com a vida passou a defender as cotas raciais (com corte de classe) como um instrumento de avanço para a diminuição das desigualdades.

Abdias teve alguns vacilos em sua longa trajetória, chegou a fazer parte do Integralismo de Plínio Salgado, movimento de direita e ultra-nacionalista. Além de ter defendido o socialismo-moreno de Darcy Ribeiro. Mas os acertos: a lei dos quilombolas, a criação da primeira secretaria de negros em um partido brasileiro (PDT), a defesa intrasigente de sua raça em todas as esferas (parlamentar, acadêmica e cultural) e a sua representatividade para o povo negro (foi o primeiro senador negro do país), fazem dele figura maior para a causa do povo negro e brasileiro.

Em tempos de Bolsonaros da vida que ganham destaque dia após dia na mídia, é extremamente saudável lembrarmos em memória, nomes como o de Abdias de Nascimento, que foi oló na data de hoje. 

TUDO COMO ANTES (OU SERIA PIOR)

Alguns amigos botafoguenses, virtuais e reais, acham que sou bastante Poliana com relação ao Botafogo. Que meu otimismo e crença no Botafogo são exagerados. Infelizmente, o motor da minha paixão pelo Botafogo é a defesa intransigente das suas cores, sua tradição, além do time em campo e vou defender ele com unhas e dentes, como uma mãe faz com seu filho.

Além disso não vou ficar batendo palma para maluco dançar. Nunca vi time jogar melhor depois de ouvir vaias no estádio e nunca vi jogador entrar em campo com mais vontade depois de ser pressionado pela torcida em treino. Logo, essa não é a minha.

Críticas ao time e a diretoria, sempre as faço, imparcialmente. Desde que isso não atrapalhe o rendimento do time em campo e o ambiente na concentração. Não aprovo a atuação da nossa Diretoria, nesse período de 1 mês sem jogos e sem reforços para a equipe. Porém, acho desproporcional, toda a gritaria que a torcida fez por conta da falta de reforços. Posso não entender nada de futebol, mas de ser humano entendo bastante. Duvido que alguma equipe fique feliz e motivada em saber que ninguém acredita nela e que a torcida ache que sem reforços, necessariamente, essa equipe será rebaixada.

O time parece ser bem fraco para a disputa do Campeonato Brasileiro, porém as baixas que tivemos na equipe da campanha, porque não dizer vitoriosa, do ano passado foram poucas e todas, excluindo o Renato Cajá, avalizadas pela torcida: Lúcio Flávio, Leandro Guerreiro, Fahel, Marcelo Cordeiro, Jóbson. Por isso fico bastante descontente com diretoria e comissão técnica que caem no canto da torcida. Torcedor é paixão. Quem comanda uma equipe, seja na beirada do campo ou nos bastidores, tem que usar a razão. E o tempo provou que a torcida estava errada, a situação não melhorou com as saídas pedidas. Muito pelo contrário, parece estar bem pior.

Alguns irão argumentar comigo que a reposição foi mal feita. E eu, obviamente, hei de concordar. Mas não era isso que eu ouvia nas arquibancadas do Engenhão. Ninguém queria saber se viria alguém melhor para o lugar ou se tinha alguém no elenco capaz de suprir a ausência. O lance era Fora Lúcio Flávio, Fora Leandro Guerreiro, etc. Doa a quem doer. E estamos sofrendo essa dor.

A corneta é sempre livre, apesar de eu detestá-la. E torcedor que vai para campo tem o direito de pedir e gritar o que quiser. O maior erro de qualquer Diretoria, é achar que a voz do povo é a voz de deus.

E a corneta sempre soa mais alto para as bandas de General Severiano. Outros times grandes Brasil afora, não contratam a despeito do péssimo começo de temporada e não vejo a corneta soar tão alto. Casos de Palmeiras, Grêmio, Atlético-MG, entre outros.


COMEÇOU O QUE INTERESSA

O Campeonato Brasileiro começou. Bem mais ou menos, diga-se de passagem. Com os times sendo remodelados, outros sendo poupados. Digamos que começou com 30, 40% da sua capacidade. E ainda bem que começa assim, pelo menos para o Botafogo F.R.

Explico.

Não acho que o Botafogo, hoje por hoje, tenha um dos piores elencos do país .Não sou daqueles arautos do apocalipse dizendo que o Botafogo tem time para ser rebaixado. Não consigo compreender esses especialistas de meia-tijela que podem colocar Atlético-GO, América-MG, Figueirense (que nem as finais do Catarinense chegou), Avaí, Bahia (que não chegou na final do Baiano), Atlético-PR como times potencialmente melhores que o Botafogo.

O problema, que no nosso caso é orgulho, é que nenhum desses times tem o tamanho do Botafogo e isso é diretamente proporcional a pressão que o nosso time sofrerá tanto da torcida, como da mídia especializada com uma campanha claudicante no começo do campeonato.

Porém entendo que a tabela, em tese, favorece o Fogão. Inclusive na primeira rodada, contra o desfigurado e pressionado Palmeiras, onde quase arrancamos um empate fora de casa, jogando pouco ou quase nada. Falarei sobre isso em outro post. Coritiba, Santos e Ceará envolvidos em outra competição (ou sofrendo uma ressaca pós-eliminação); além de um Grêmio pressionado e onde Renato Gaúcho vem sendo fritado, podem ser a nossa tábua de salvação para evitarmos que frequentemos a parte debaixo da tabela, antes de possíveis reforços chegarem e/ou os demais titulares voltarem.

Sonho de consumo


O problema é o time do Botafogo, e em especial sua comissão técnica, terem esse senso de de oportunidade. Boa estratégia para esses primeiros jogos é fundamental, ler o campeonato e enxergar as potencialidades da tabela é fundamental para nos darmos bem. Entender em qual patamar estaremos disputando essas primeiras rodadas também. Nem se descabelar com algumas derrotas e nem achar quer estamos mandando bem com algumas vitórias. Prudência e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém.





sexta-feira, 6 de maio de 2011

OS GRANDES TROPEÇOS

Não acredito em nenhuma explicação metafísica para explicar algo que acontece no futebol. Alguns vão acreditar que a semana extremamente pertubadora para a maioria dos 12 grandes clubes do país (os 4 do RJ, os 4 de SP, os 2 de MG e os 2 do RS) tem algo de complô nos céus contra o futebol brasileiro, outros vão acreditar que por conta da briga no clube dos 13, Fábio Koff amarrou o nome de todos esses clubes na boca do sapo. Eu não acredito em nada disso, e raramente, também acredito em coincidências.

Logo, tento entender porque numa mesma semana Fluminense, Gremio, Cruzeiro e Internacional foram eliminados precocemente da Libertadores, além das derrotas inesperadas de Palmeiras (pela elasticidade do placar) e Flamengo (por estar jogando em casa).

Acho que analisando os 6 times e tentando encontrar algo comum entre eles, só vejo uma resposta:  o ingrato calendário do futebol brasileiro. Todos os 6 times citados fizeram, no final de semana, jogos da reta final dos seus respectivos campeonatos estaduais (finais ou semifinais). Coincindir a reta de chegada dos campeonatos estaduais com as fases mais agudas da Copa do Brasil e da Libertadores é um crime contra o futebol brasileiro e seus grandes clubes.

Podem dizer que o campeonato estadual é subalterno e que esses times deveriam priorizar a competição "mais importante". Não dá para ser assim. Esses times são gigantes do futebol brasileiro e quando entram em campo, tem que sempre pensar em ganhar, suas torcidas exigem isso e torcedor não consegue ter esse suposto equilíbrio que os comentaristas de TV exigem. Além de eu não considerar o Estadual, um torneio de menor expressão (competições centenárias e que aguçam a rivalidade que realmente importa, não podem e nem dever ser menosprezados). Por exemplo. ão tem como o Flamengo entrar numa final de campeonato contra o Vasco, seja qual for o campeonato, pensando no jogo da quarta-feira, seja ele da Copa do Brasil ou da Libertadores.

Qual é modelo ideal de calendário? Eu não tenho resposta certapara isso. Só sei que no meu modelo, os estaduais continuam existindo, o Brasileirão seria ao longo de todo o ano.

As eliminações dos times brasileiros na Libertadores também tem um outro componente que é o saltoaltismo dos times brasileiros quando enfrentam equipes dos países vizinhos, excluindo a Argentina. Temos por regra, acreditar que um time brasileiro contra qualquer time paraguaio, chileno, colombiano é sempre favorito. Da onde vem esse favoritismo? Não acompanhamos o resto do futebol sul-americano e estamos sempre achando que os demais times são formados por índios. Muito por culpa do oba-oba da nossa imprensa, que muitas vezes é anti-profissional e baseiam suas análises nesse conceito ultrapassado de menosprezo ao futebol do restante do continente.

Se a mídia e a torcida acreditam que os times brasileiros são sempre os favoritos, porque os jogadores e as comissões técnicas achariam diferente? Se o Fluminense olhasse mais para os resultados da 1ª fase (onde ele foi o 7º melhor 2º colocado) ao invés de olhar para o resultado do 1º jogo contra o Libertad (2º melhor 1º colocado), jamais entraria como favorito na peleja do Defensores del Chaco.





 

UMA CERVEJA PARA CHAMAR DE MINHA

Tem algumas modinhas que me deixam puto. Uma das que andam me irritando ultimamente é a das cervejas importadas e/ou artesanais. De uma hora para outra, o consumo desse tipo de cerveja explodiu, templos para apreciação destes líquidos preciosos foram criados e a quantidade de "especialistas" no assunto não para de aumentar. A ponto de já concorrerem com os chatos entendedores de vinhos.

Confesso que já experimentei e não me negaria a apreciar de novo algumas dessas Franziskaners ou Paulaners da vida. Meu problema não é com elas, e sim com o culto gerado em torno delas. Por isso se me perguntarem qual é a minha cerveja favorita, respondo sem pestanejar: Brahma, a nº1. E se alguém retrucar com um "tô falando sério", periga levar uma bordoada.

Não bebo cerveja para degustar, para apreciar, para saborear. Bebo cerveja em escala industrial, logo como não sou o Eike Batista, não tenho como lançar mão do meu suado dinheirinho para me embebedar com cervejas que custam 5, 10, 20 vezes mais do que as mais populares.

Todo bom frequentador dos botequins mais vagabundos tem a sua cerveja de fé, aquela para quando o garçom perguntar: "vão querer o quê?", a resposta já está na ponta da língua. Mesmo sabendo que as cervejas da Ambev são muito parecidas, a escolha da cerveja de fé não é qualquer coisa, é uma escolha de vida e diz muito sobre a pessoa.

E a minha escolha, mesmo sabendo que fui influenciado pelos grandes marqueteiros, é a nº 1. O número 1 que o Romário, gênio da grande área, fazia com o dedo indicador quando marcava seus gols. A brahminha do Zeca Pagodinho, esse brasileiro nato, representante de todos que queriam apenas levar a vida boa com a cervejinha do lado e acima de tudo botafoguense com muito orgulho.



Romário com a Copa do Mundo e fazendo o nº 1 da Brahma

Como sou um cara democrático, posso beber qualquer cerveja que a mesa do bar escolher. Mas se a escolha ficar por minha conta, a Brahma gelada é o que vai pintar na mesa.
Zeca e suas brahminhas

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O APEQUENAMENTO DO VASCO

Não tenho a necessidade de comentar o título do Flamengo. Incontestável e com todos os méritos. Ganhou os dois turnos, não perdeu de ninguém, jogou com o regulamento debaixo do braço e mereceu levar.

O fato mais relevante na tarde de domingo quando Thiago Neves converteu o 3º penalti rubro-negro é a constatação que o Clube de Regatas Vasco da Gama, o outrora poderoso Vascão da Colina Histórica, está cada vez mais diminuindo de tamanho. E a sua torcida, seus sócios, seus dirigentes precisam fazer alguma coisa.

O Vasco não virou um time pequeno, óbvio que não. O Vasco tem história, peso na camisa e torcida de um gigante do futebol brasileiro. Mas não tem feito valer isso dentro das quatro linhas, que logicamente é um reflexo daquilo que é feito fora delas.

A 6ª colocação no Campeonato Carioca revela muita coisa, mas não é só essa vergonhosa posição na tabela que me faz ter a convicção de que o processo de apequenamento segue, ao contrário do que a mídia apregoa sobre um suposto reerguimento do orgulho vascaíno. O que se passa no Vasco é um descolamento de um time com a sua história, com o seu DNA. O Vasco é o time da virada, o time das lutas inglórias, o time que bancou os negros no futebol, que ousou desafiar o poderio da Rede Globo, a torcida que quando eu era garoto, fazia frente a torcida do Flamengo mesmo sendo bem menor.


Detalhe da bela camisa negra do Vasco contra o racismo

O Vasco de hoje não é isso. O Vasco de hoje já não acredita que pode ganhar do Flamengo (calma vascaínos, o dia da zica vai acabar, eu como bom botafoguense sei disso, mas a torcida tem que acreditar nisso), o Vasco de hoje é um time com apoio da mídia, mas é o apoio para cumprir um papel subserviente no cenário do futebol brasileiro. O Vasco de hoje precisa descobrir contra o quê lutar, e na minha opinião, essa luta começa com os dragões internos.

Aqui neste espaço, não sou defensor de nenhuma das forças políticas do clube cruzmaltino que brigam defendendo, cada um, o novo e o velho Vasco. Até porque muito dos 08 anos de jejum foram na admnistração de Eurico Miranda. Logo, o que venho aqui dizer é que alguma coisa mudou no panorama da torcida cruzmaltina,e não foi para melhor, e só ela pode ser capaz de reverter esse processo.


O Vasco campeão brasileiro quando ousou desafiar a Globo
Quando eu era moleque, o Vasco era o time temido, o time pelo qual eu nutria a maior antipatia, afinal na maioria das vezes ganhava do meu Botafogo, além de ter sido o papa-tudo da década de 90 em terras cariocas. Com dois brilhantes esquadrões que reinaram nos gramados, um no nível regional e outro em âmbito nacional e internacional. O tricampeão carioca (92-93-94) e o duas vezes campeão brasileiro, campeão da Libertadores e do Mundial (97 até 2000). Apesar de achar que essa fase, dificilmente, se repetirá no médio prazo, é por causa dela, da imensa torcida (hoje não tão feliz) e da sua relevância para a história do futebol brasileiro que o Vasco será imortal.

O 1º grande time que eu vi do Vasco: Bismarck e Edmundo

sexta-feira, 29 de abril de 2011

UMA BELA HOMENAGEM E UM OUTRO OLHAR SOBRE O SUBÚRBIO CARIOCA



Por causa de uma postagem no blog Ruas do Rio (ruasdorio.blogspot.com) sobre Marechal Hermes , fiquei sabendo da existência desse livro. Resolvi me dar de presente e hoje terminei a leitura dessa bela compilação de textos que traz um novo olhar histórico e geográfico sobre o subúrbio carioca.

O subúrbio carioca apesar de sua enorme relevância para a construção da identidade dessa cidade, é deixado bastante de lado nos estudos acadêmicos, além da mídia em geral. Esse livro tenta começar a suprir essa lacuna. O último livro que eu havia lido (na verdade, o único) que tinha o subúrbio do Rio de Janeiro como tema central é o ótimo Guimbaustrilho do Nei Lopes, lançado com apoio da Prefeitura. Na apresentação do livro, é lembrado que as favelas do Rio de Janeiro são muito mais retratadas na literatura, cinema e nos trabalhos acadêmicos do que essa região enorme da cidade, que ainda é estigmatizada e retratada de forma caricata.

Por ser uma compilação de textos de diversos autores, o livro traz abordagens bastante diferenciadas, porém todas muito relevantes: a diferença do subúrbio carioca para as periferias do país e dos subúrbios dos EUA e da Europa, a produção jornalística e cultural específicas do subúrbio carioca, a discrepância entre os investimentos e os serviços públicos com relação a Zona Sul da cidade, a forma como o homem suburbano é retratado, de maneira inferior, na teledramaturgia.

Como maior destaque, elejo os capítulos que tratam da formação dos bairros de Marechal Hermes e de Bangu. É relevante entender que esses dois bairros foram pioneiros na sua formação e serviram de modelo para outras formas de ocupação, não só na cidade do Rio como no restante do país. O primeiro através de uma política federal e o segundo através da iniciativa privada da Fábrica de Tecidos que levava o nome do bairro.

O capítulo que mais mexeu comigo foi o "estudo de caso" de Quintino. Trata da divisão que é causada pelo corte da linha férrea, onde os bairros passam a ter dois lados, ao invés de criar um sentimento de unidade do bairro. Isso foi bastante presente na minha infância vivida em Campo Grande, onde discutíamos se o lado onde cada um morava era melhor que o do outro.

Além disso joga luz sobre o problema das ruas que são coladas a linha do trem que são geralmente áreas degradadas e mal-iluminadas e onde poderia se ter muita vida útil nos bairros, mas é abandonada pelo poder público.

Enfim, 150 anos de subúrbio carioca é uma ótima leitura, fácil, agradável e de bastante relevância para quem se interessa em entender a formação da nossa querida São Sebastião do Rio de Janeiro, que sem o seu subúrbio seria bastante diferente e , sem dúvida menos divertida e bela.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Os Galetos do Centro do Rio

Para não ser acusado de só falar de futebol, que não é a promessa do blog. Hoje vou falar sobre gastronomia. Não darei receita e nem cultuarei pratos. Vou falar da minha predileção pelos galetos.

Para quem trabalha, acho que o galeto é sempre a melhor pedida para a hora do almoço, principalmente em grupo. Geralmente, todo mundo gosta (excluindo minha noiva que só gosta dos galináceos na forma de nuggets), é relativamente barato (se comparado aos cortes bovinos ou a restaurantes mais pomposos) e não tem muito como dar errado.

É claro que você pode preferir um a outro, um acompanhamento pode desagradar, mas a estrela principal agrada a gregos e troianos.

Resolvi fazer esse post, falando das minhas galeterias preferidas no Centro da Cidade, por conta da minha viagem à Serra Gaúcha, onde conheci a Casa di Paolo - http://www.casadipaolo.com.br/  (na divisa entre as cidades de Garibaldi e Bento Gonçalves). Qualquer guia de viagem indica a Casa di Paolo como o melhor galeto do País, e realmente a ave é coisa rara, deliciosa. Porém lá os acompanhamentos são outros: massas e polenta frita são o que reinam em todas as casas de galeto do Rio Grande. Senti falta do arroz, batata frita e farofa dos nossos galetos cariocas.


O famoso galeto al primo canto da Casa di Paolo
Eis os meus galetos favoritos do Centro do Rio, por ordem de preferência:

1) Galeto Monte Gordo (Rua Senador Dantas,44 - Loja A) : Aqui é onde a ave tem o melhor sabor, na minha opinião, bom tempero, sempre ao ponto (nem tão queimado e nem cru). tanto na versão tradicional como na desossada. Os acompanhamentos não são de encher os olhos, mas cumprem bem a tarefa. A relação custo/benefício é boa. Além de ter um amplo salão, o que faz a experiência de comer galetos mais confortável do que os dois próximos da lista.

2) Galeto Central (Av. Rio Branco, 156, Ljs 327/328): Um famosos bunda de fora (restaurante de balcão, onde se senta sem encosto). Esse entra na lista, primeiro pela sua fartura. O galeto é muito bem servido, além de ter um ótimo sabor. As guarnições idem. Peca (mas aí é que reside seu charme) pela lotação do lugar, nos horários de maior movimento é sempre difícil achar um cantinho ali para sentar a bunda. Não pense jamair ir em grupos de mais de duas pessoas, vocês jamais irão conseguir sentarem perto, pelo menos no horário típico de almoço.

Fachada do restaurante localizado no Edificio Central
3) Galeto São José (Rua São José, 54) : Este não ganha nem pela fartura, nem pela relação custo/benefício e sim pelo sabor. O galeto e as guarnições vem em pouca quantidade, porém primam pela qualidade. A ave é muito saborosa, e os acompanhamentos são bem temperados e muito gostosos (principalmente o arroz de brocólis, talvez o melhor que já experimentei). Também é um bunda de fora, porém não fica tão cheio quanto o Galeto Central, talvez por conta dos seus preços menos convidativos.

É isso, esses são os meus três preferidos. Existem outros que merecem menção honrosa: o Crack dos Galetos (Rua do Rosário, 130) e o Dom Galeto (Rua André Cavalcante, 40), que aplacou muitas das minhas fomes noturnas quando morava perto da Rua do Riachuelo.

Deixar claro que só listei os galetos do Centro, não tenho dúvidas que pela cidade existam vários galetos que mereciam ser citados, como exemplo o Rex da Praça da Bandeira e o Bom Galeto do Méier.

terça-feira, 26 de abril de 2011

SELEÇÃO BOLA DE PRATA PLACAR 1992-2010 (PARTE I)

Vou iniciar uma série nesse blog. Como falta menos de um mês para o Campeonato Brasileiro começar, espero terminar ela até lá. Resolvi fazer uma seleção com todos os premiados da Bola de Prata da Revista Placar de 1992 para cá. Escolhi o ano de 1992, porque eu nascido em 1985, é o primeiro campeonato brasileiro que eu me recordo.

Escolherei um titular e um reserva para cada posição. Além de citar um premiado que eu considero bizarro, além de uma ausência sentida na lista. O esquema tático da premiação variou bastante nesses anos, vou escalar a seleção num clássico 4-4-2 com dois volantes e dois meias de criação.

Como hoje, dia 26 de abril é o Dia do Goleiro, iniciarei com essa nobre posição.

Os premiados de 1992 até 2010 foram:

Gilberto (Sport) - Dida (Vitória, Cruzeiro, Corinthians) 4 vezes - Ronaldo (Corinthians) - Wagner (Botafogo) - Carlos Germano (Vasco) - Rogério Ceni (São Paulo) - 6 vezes - Emerson (Bahia), Diego (Juventude), Fábio Costa (Corinthians), Victor (GRE), Fábio (Cruzeiro).

TITULAR: ROGÉRIO CENI


Rogério Ceni com a cobiçada Bola de Prata

O número de vezes que ele ganhou o troféu, apesar de não ser o fator fundamental, já demonstra que ele sobra na lista. O maior goleiro-artilheiro da história, na minha humilde opinião de ex-goleiro nas peladas da vida, foi o maior goleiro que eu vi jogar. E isso não tem nada a ver com o fato de ele marcar os seus golzinhos de vez em quando. Ele é um monstro debaixo das traves, quem não acredita é só rever os melhores momentos da final do Mundial entre São Paulo e Liverpool. Além de ter uma ótima saída pelo alto, raramente o vemos "catando borboletas" e a melhor reposição de bola do futebol brasileiro. Por tudo isso merece a camisa 1 do meu time.





RESERVA: DIDA

O segundo lugar em números de troféus, também vai ficar em segundo lugar na minha lista. Não era um fã em absoluto do Dida no começo de sua carreira, principalmente por suas atuações na Seleção Brasileira. Acho que depois da primeira passagem, frustada, pela Europa, Dida ganhou experiência e se transformou num ótimo goleiro. Frio e seguro. Com ótima envergadura e exímio pegador de penaltis. Quem não se lembra dos dois penaltis do Raí que ele defendeu no Brasileirão de 1999. Presença constante nas convocações da Seleção Brasileira durante 10 anos e fez uma sólida carreira na Europa atuando pelo Milan.





BIZARRO: EMÉRSON

Esse "filhodumaégua" só por ter sido o goleiro do Juventude naquela traumática decisão da Copa do Brasil de 1999 já merecia queimar no mármore do inferno. Esse rapaz teve seus momentinhos no cenário do futebol brasileiro. Foi reserva do eterno reserva do Ceni, Roger na seleção sub-20, foi rebaixado duas vezes com o Bahia e foi citado pelo Luxemburgo como um dos jogadores homossexuais que ele treinou. Mas ele entra na categoria de bizarro, porque em 2001 (ano em que ele ganhou o troféu), jogavam no futebol brasileiro, nada mais nada menos que: Dida, Ceni, Marcos, Rogério Ceni, Júlio Cesar, Hélton, Danrlei e não lembro nada  que esse goleirinho tenha feito de excepcional para justificar a premiação.

AUSÊNCIA: MARCOS
 Nessa categoria, confesso que fiquei com uma enorme dúvida: Júlio César e Danrlei também vieram na minha lembrança como ótimos goleiros que não foram laureados com a Bola de Prata.Mas um goleiro que é campeão da Copa do Mundo e é chamado de Santo pela sua torcida não tem como disputar. As seguidas lesões atrapalharam bastante para que ele tivesse uma carreira mais brilhante. Verdade seja dita, em Campeonatos Brasileiros, ele nunca teve uma campanha de destaque. Nesse caso, azar do Campeonato Brasileiro.



Outros goleiros que na minha opinião merecem destaque: Carlos Germano (goleiro tetracampeão carioca, campeão do Brasileiro e da Libertadores e que deu azar de ter que disputar posição na seleção com Taffarel), Ronaldo (ídolo da Fiel e goleiro do 1º campeonato brasileiro conquistado pelo Timão) e Wagner (principalmente pela atuação mágica na final entre Santos x Botafogo em 1995).

P.S: O Taffarel não entra na lista de ausência, apesar de ser um dos melhores goleiros que eu vi jogar, pois ganhou a Bola de Prata em 1987 e 1988

segunda-feira, 25 de abril de 2011

TITITI BOTAFOGO X ANAF

Esse blog não tem o intuito de só tratar sobre as questões botafoguenses, mas como digo no meu perfil sou Botafogo acima do limite do saudável, é natural que os assuntos alvinegros pipoquem por aqui.

Acho que há muito desconhecimento sobre o que é a Anaf e o que ela representa. Em primeiro lugar, a Anaf não é um órgão oficial da estrutura do futebol brasileiro, é uma entidade de classe. Na verdade, nem bem isso, já que os árbitros não são profissionais. Seria mais uma associação civil. Sendo assim, ela só tem compromisso com os seus associados.

Com relação a nota da Anaf, ela é panfletária por demais no interesse de defender tanto o árbitro, como do presidente da Comissão de Arbitragem. Provavelmente, dois associados. Aí mora o perigo, qual a influência que o presidente da CA/CBF tem nessa Associação. Se é dele que parte a diretriz para esse negócio, aí muita coisa deve ser explicada. Se é apenas para jogar para sua própria torcida (os árbitros de futebol) que a nota usou de tom jocoso e de deboche, é ruim para a imagem da Associação, mas não tem nada demais.

Não tem nada demais, mas a direção do Botafogo tem que reagir,com urgência e veemência, não pode ver o nome da instituição vilipendiado em todos os portais da Internet e não se mexer.

Com relação à nota do Botafogo que deu inicío ao tititi acho desproporcional. Se a intenção é discutir a má-qualidade da arbitragem brasileira, que seja feito o debate sereno no momento ideal e não logo depois de uma eliminação em que fomos prejudicados. Se todos os clubes sofrem com a má-qualidade da arbitragem, uma união com outros clubes para reclamar disso caia bem.

Quando se quer discutir esse erro isoladamente ou uma possível má-vontade da arbitragem brasileira com o Botafogo, cheira, bastante, a teoria furada da conspiração e uma tentativa de desviar o foco dos verdadeiros culpados pela nossa eliminação da Copa do Brasil.

Já a nota da Anaf, revela um sem número de inverdades, principalmente sobre a estrutura do Botafogo. Quando diz que: não tem CT, não tem estádio, tem dívidas; está soltando frases soltas e que não mudam em nada a realidade.

Direção do Botafogo, esperamos uma resposta à altura.

O MÊS SABÁTICO

Volto de uma semana de férias na Serra Gaúcha (aliás, altamente recomendável) com o Botafogo eliminado da Copa do Brasil, da Taça Rio, do Campeonato Carioca e até do Troféu Capita. Quatro eliminações em uma semana é para deixar qualquer torcedor muito puto da vida. Alguns amigos vieram questionar que foi bom eu estar longe essa semana: para ouvir menos piadinhas, por não ir a São Januário assistir a desclassificação no Carioca, etc. Aqui quero esclarecer um ponto sobre a minha paixão botafoguense. Muito pelo contrário. Queria estar mais perto e vivenciar todo o ônus da patética semana alvinegra.

Não sou torcedor do meu time só na hora das glórias. No futebol, assim como na vida, os momentos de glória são fugazes. Quanto tempo dura a emoção de um título? 1 semana? 1 mês? Se na competição seguinte o time vai mal, o torcedor já está irritado e de cabelo em pé. Logo, a paixão por um clube de futebol não é alimentada nos esplendores, e sim no dia a dia, na sina de empates, vitórias e derrotas. Nos jogos sem grande relevância. E assim como na vida, no futebol existem vários momentos de tristeza. Se na vida você perde entes queridos, fica desempregado ou fica no vermelho na conta bancária. No futebol, seu time pode perder uma final com um gol no último minuto, perder aquela vaga na Libertadores por conta de um erro de arbitragem. Mas a vida e a paixão pelo clube de futebol sempre têm que seguir.

Ouço e leio alguns torcedores botafoguenses dizendo que esse time que o Botafogo montou não merece a presença deles no estádio. Eu não estou aqui para questionar as prioridades da vida de ninguém, todo torcedor tem o direito de fazer o que quiser na hora do jogo, viajar, brincar com os filhos, ir ao cinema. O que não me pega é o argumento de “o time está mal eu não vou ao jogo”. Aí eu fico puto e me acho no direito de questionar o amor que o cidadão sente pelo time. Meu amor pelo Botafogo é incondicional, independe de posição na tabela ou quais são os jogadores que estão envergando o manto alvinegro.

Um exemplo que gosto de usar é da namorada, noiva, esposa. Eu sou apaixonado pela minha noiva, vivemos muitos momentos felizes e estou sempre ao lado dela. Mas se ela passar por um momento difícil (bate 3x na madeira) não vou deixar de amá-la por conta disso. Na verdade, é o momento em que mais terei que demonstrar o meu amor, estar do lado e dar o meu apoio. Também acredito que seja assim com um time de futebol.

O que me deixa mais puto não são as 4 eliminações na mesma semana. O que me deixa mais puto é não ver o meu Botafogo jogar durante 1 mês. Isso é que me dói mais. O Botafogo me basta e só ele me basta. É ali dentro do estádio ou na frente da TV quando joga fora de casa que eu posso fazer valer o meu amor pelo clube que eu escolhi quando criança, principalmente nessas horas difíceis.

O mês vai ser sabático, e por isso resolvi tentar voltar a escrever nesse blog. O Botafogo consome muito tempo da minha vida, as vezes que atualizo os portais esportivos durante o dia, a expectativa no dia do jogo, a cerveja gelada que acompanha o pré e o pós partida. Com esse tempo que eu ganhei, muito a contragosto, pretendo dar uma periodicidade a esse antigo sonho do blog.

Sejam bem-vindos e podem discordar a vontade.