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segunda-feira, 25 de abril de 2011

O MÊS SABÁTICO

Volto de uma semana de férias na Serra Gaúcha (aliás, altamente recomendável) com o Botafogo eliminado da Copa do Brasil, da Taça Rio, do Campeonato Carioca e até do Troféu Capita. Quatro eliminações em uma semana é para deixar qualquer torcedor muito puto da vida. Alguns amigos vieram questionar que foi bom eu estar longe essa semana: para ouvir menos piadinhas, por não ir a São Januário assistir a desclassificação no Carioca, etc. Aqui quero esclarecer um ponto sobre a minha paixão botafoguense. Muito pelo contrário. Queria estar mais perto e vivenciar todo o ônus da patética semana alvinegra.

Não sou torcedor do meu time só na hora das glórias. No futebol, assim como na vida, os momentos de glória são fugazes. Quanto tempo dura a emoção de um título? 1 semana? 1 mês? Se na competição seguinte o time vai mal, o torcedor já está irritado e de cabelo em pé. Logo, a paixão por um clube de futebol não é alimentada nos esplendores, e sim no dia a dia, na sina de empates, vitórias e derrotas. Nos jogos sem grande relevância. E assim como na vida, no futebol existem vários momentos de tristeza. Se na vida você perde entes queridos, fica desempregado ou fica no vermelho na conta bancária. No futebol, seu time pode perder uma final com um gol no último minuto, perder aquela vaga na Libertadores por conta de um erro de arbitragem. Mas a vida e a paixão pelo clube de futebol sempre têm que seguir.

Ouço e leio alguns torcedores botafoguenses dizendo que esse time que o Botafogo montou não merece a presença deles no estádio. Eu não estou aqui para questionar as prioridades da vida de ninguém, todo torcedor tem o direito de fazer o que quiser na hora do jogo, viajar, brincar com os filhos, ir ao cinema. O que não me pega é o argumento de “o time está mal eu não vou ao jogo”. Aí eu fico puto e me acho no direito de questionar o amor que o cidadão sente pelo time. Meu amor pelo Botafogo é incondicional, independe de posição na tabela ou quais são os jogadores que estão envergando o manto alvinegro.

Um exemplo que gosto de usar é da namorada, noiva, esposa. Eu sou apaixonado pela minha noiva, vivemos muitos momentos felizes e estou sempre ao lado dela. Mas se ela passar por um momento difícil (bate 3x na madeira) não vou deixar de amá-la por conta disso. Na verdade, é o momento em que mais terei que demonstrar o meu amor, estar do lado e dar o meu apoio. Também acredito que seja assim com um time de futebol.

O que me deixa mais puto não são as 4 eliminações na mesma semana. O que me deixa mais puto é não ver o meu Botafogo jogar durante 1 mês. Isso é que me dói mais. O Botafogo me basta e só ele me basta. É ali dentro do estádio ou na frente da TV quando joga fora de casa que eu posso fazer valer o meu amor pelo clube que eu escolhi quando criança, principalmente nessas horas difíceis.

O mês vai ser sabático, e por isso resolvi tentar voltar a escrever nesse blog. O Botafogo consome muito tempo da minha vida, as vezes que atualizo os portais esportivos durante o dia, a expectativa no dia do jogo, a cerveja gelada que acompanha o pré e o pós partida. Com esse tempo que eu ganhei, muito a contragosto, pretendo dar uma periodicidade a esse antigo sonho do blog.

Sejam bem-vindos e podem discordar a vontade.



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