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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Frase da Semana

Ainda estamos na quinta-feira, mas eu não preciso esperar até o final de sábado para saber qual foi a frase da semana. Tudo bem que o Eymael falou que pode atropelar os outros candidatos e chegar no 2º turno, e isso é digno de anedotário. Mas a frase da semana foi do ainda (?) treinador do time da Gávea:

"As críticas não foram para mim. Vaiaram porque o time estava perdendo, pela cultura do futebol. Quando empatou as manifestações acabaram. Eu não faço gol contra, não chuto a gol. Não fui vaiado. Mas se o Zico não está gostando do trabalho, tem que perguntar isso para ele. Fast food só tem no McDonald's”

Destrinchemos tudo que o técnico-pastor falou:

As críticas não foram para mim Como assim Menudo? As críticas não foram para você? A televisão mostrou nitidamente o áudio: “Adeus Silas”. Se as críticas não foram para o sujeito que estava no banco de reservas rubro-negro foram para quem? Um xará pipoqueiro que vendia pipoca fria e sem sal e a torcida resolveu questionar?

Vaiaram porque o time estava perdendo, pela cultura do futebol – Já vi muitos jogos no estádio, e já vi milhares de vezes um time perder e não ser vaiado. E ainda bem que a cultura do futebol é vaiar quando o time está perdendo, pior seria que a cultura fosse vaiar quando está ganhando, e olha que acontece.

Quando empatou as manifestações acabaram – O time faz um gol na bacia das almas  e não quer que a torcida comemore? Aí é demais pro pobre torcedor que pagou ingresso. Mas garanto que nenhum deles ficou feliz em empatar com o sofrível time do Goiás que ainda estava com um a menos.

Eu não faço gol contra, não chuto a gol – Não você não faz isso. Mas escala, treina, faz as substituições, orienta taticamente. Ou seja, alguma parcelinha de culpa você há de ter. Além de ser uma bela maneira de dar moral pro elenco e continuar na luta para sair dessa situação

Não fui vaiado – Ahn? Tudo bem ser chamado de burro é não ser vaiado? Quando vaiam o time, não acabam vaiando você, ou esse problema não é seu?

Mas se o Zico não está gostando do trabalho, tem que perguntar isso para ele – Eu se fosse o Silas, não pedia pra perguntar isso não. A resposta, provavelmente, não seria do agrado dele. E se o Galinho tiver gostando do trabalho, precisa de um par de óculos.

Fast food só tem no McDonald's – Mentira. Tem no Bob´s, no Habib´s, no Burger King e até na pastelaria do chinês. Sim, piadinha totalmente infame a parte. Acho que a torcida não ta pedindo o título brasileiro, mas alguma coisa o Menudo já deveria ter mostrado.


E a sina dos empates continua...

Antes de qualquer coisa, quero esclarecer minha linha editorial: não comentarei erros de árbitros como justificativa para resultados. Erros acontecem. Roubos também. Prefiro acreditar sempre na primeira opção, até que se prove o contrário. Erros fazem parte do futebol, para o bem ou para mal. E prefiro acreditar que o jogo é jogado, até para não ter que largar de lado a minha paixão.

Dito isso, vamos adiante.

Botafogo e Corinthians entraram no jogo de ontem precisando da vitória para seguir nas suas pretensões no campeonato. O Fogão para não se distanciar do G-3 e o os alvinegros do Parque São Jorge para continuar no encalço do Fluminense na briga pelo título. E nenhum dos dois conseguiu nada disso. O empate foi um péssimo resultado para os dois. Acho que pior ainda para o Botafogo (apesar do jogo ser no Pacaembu), afinal caiu para a 6ª posição, viu o Atlético-PR igualar o número de pontos, já amarga uma série de 5 jogos sem vitórias e de quebra teve a chance de matar o jogo no finalzinho, com duas jogadas que não podem ser perdidas, uma pelo Somália e outra pelo Caio.

Gostei de como o Joel escalou o time, praticamente igual ao time que conquistou o Campeonato Carioca. Sem as outras peças contratadas, essa é a melhor forma de jogar, afinal o time já está adaptado a ela, e cada jogador sabe muito bem o papel que tem que cumprir. E como na conquista do Estadual, o time tinha uma proposta de se defender bem e cumprir seu papel ofensivo com o jogo aéreo explorando altura do Loco Abreu e a garra do Herrera. Com o Lúcio Flávio e o Marcelo Cordeiro municiando o ataque.

E a prova de que o time tem total consciência do esquema quando joga assim. É que tomou um gol aos 3 minutos e não se dessarumou, encaixou a marcação no ótimo meio de campo corintiano, e passou a sair pro jogo pelos lados até conseguir o gol. E o gol com a marca do Locão. Frieza, impulsão e técnica de cabeceio. 6 partidas, 6 gols. Impressionante.

Sobre o Corinthians. Acho que tem um ótimo time, principalmente do meio campo para frente. Elias e Jucilei são dois ótimos volantes-meias que sabem sair para o jogo, Ralf é um eficiente cão de guarda fazendo a proteção da zaga e o sempre voluntarioso Jorge Henrique que corre em todos os lados, procura o jogo, chuta a gol. Ainda falta um centroavante, um cara que faça o pivô, incomode os zagueiros adversários, coisas que, definitivamente Iarley não sabe fazer. E tem Bruno César.

Com o Bruno César eu queria gastar um parágrafo a mais. O rapaz fez um belíssimo gol aos dois minutos de partida e vem fazendo seus golzinhos no campeonato. É habilidoso, sabe bater bem na bola. Porém, ah porém. Escondeu-se na partida de ontem, aliás em algumas partidas do Corinthians que eu vi nesse campeonato, ele alterna alguns poucos momentos brilhantes e outros de uma letargia que daria raiva, se fossem de um jogador do meu time. Não sei se a torcida corintiana pensa assim. E nem vejo todos os jogos do Coringão para saber se é assim. Mas do que eu vi, ele vem se parecendo muito com uma certa safra do futebol carioca que sabe ser genial, mas que falta foco, objetivo e espírito coletivo durante os 90 minutos de um jogo ou nas 38 partidas do campeonato. Casos clássicos de Roger Flores, Felipe e Carlos Alberto.

Voltando ao jogo, acho que o Papai Joel errou feio na sua primeira substituição, tirando o Herrera e colocando o Cajá. O time vinha caminhando bem, e quando ele mexeu, o time desandou. Às vezes se as coisas estão indo bem, os treinadores têm que ficar quietinhos. Não sei se por vaidade ou por que acreditam mesmo que estão tendo uma visão de jogo espetacular, os treinadores precisam fazer substituições quando o resultado ainda não veio. Acho que a melhor forma de valorizar o trabalho, é acreditar naquilo que treinou e achou que tinha que fazer e ir com ele até o final se o time vai se portando bem. Tanto é que o Joel viu que errou que logo em seguida ele desfez a operação tentada, e colocou o Caio no lugar do Lucio Flavio, acho eu que se pudesse ele tirava o Cajá e colocava o Herrera de volta na partida.

Quanto ao que aconteceu com o Caio, meu comentário vai ser breve. Ele é jovem. Tem muito a aprender. Tem que levar um puxão de orelha? Óbvio que tem, o passe poderia (atentem pro tempo verbal) resultar no gol, e ele num tem que ficar falando que se ele faz seria um golaço. Mas merece ser crucificado? É claro que não. Não ajuda em nada, o garoto que tem potencial, é novo e pode render dividendos pro clube, ser achincalhado pela torcida e passar a render bem menos do que se espera dele.

sábado, 21 de agosto de 2010

Glória do desporto nacional!

O Internacional coroou essa semana uma década perfeita. A coroa pode ficar ainda mais reluzente se ganhar a jóia do Mundial no final do ano. Mas posso dizer sem medo de errar que o Sport Club Internacional foi o maior clube da primeira década desse século.

Porque existiram outros times que jogaram futebol melhor que o Internacional em vários momentos dessa década, mas nenhum conseguiu de forma tão estruturada conquistar um caminho de vitórias nos últimos dez anos como o time da metade vermelha do Rio Grande do Sul. E mesmo se não conquistasse tudo que conquistou (2 Libertadores, 1 Mundial, 1 Sulamericana, 1 Recopa), talvez fosse o maior clube, mesmo que ninguém notasse. Pois até nas derrotas o clube provou que é grande. Afinal ninguém é 3 vezes vice-campeão nesse Brasileiro de pontos corridos a toa, sendo que em dois campeonatos, o título foi perdido no detalhe (sem falar da final da Copa do Brasil do ano passdo. E isso poderia abalar profundamente um clube que luta pra conquistar um Campeonato Brasileiro desde 1979. Nesse momento é que se prova a confiança inabalável criada entre time, diretoria e torcida.

Não é só na sala de troféus que se nota o gigante que o Inter se tornou nos últimos 5 anos. O programa sócio-torcedor é um exemplo para todo o país e ainda mais para os clubes de massa. Mais de 100 mil sócios, algo impensável em torcidas que se chamam de nação. O que impede que quem não seja sócio veja os principais jogos do Colorado.

Sem falar nas categorias de base que provam que o trabalho vai no caminho certo e fabricaram ótimos talentos nesse período: Alexandre Pato, Sóbis, Daniel Carvalho, Giuliano, Sandro, Taison, Possebon. O que dá a impressão que a força do Inter não vai parar por aqui. Tem tudo pra fazer cada vez mais história.

Vida longa ao Internacional cada vez mais internacional.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Muita calma nessa hora!

Então, como bom botafoguense e pra variar do contra, vou usar meu primeiro post para analisar a atual situação do Botafogo no Campeonato Brasileiro, e criticar a euforia causada na torcida (nem tão ruim) e também no próprio time (essa sim, péssima) pelo provisório lugar entre os 4 melhores times do campeonato.


Acho que a torcida tem mais é que comemorar mesmo, encher o Engenhão no próximo sábado e fazer a festa. Porém acho que o momento ainda é de bastante cautela, acho que essa posição momentânea pode enganar e frustar a expectativa da torcida. Digo isso porque apesar da 4ª colocação, uma derrota ou um empate pode colocar o time do Botafogo novamente no bloco intermediário. E acho muito perigoso quando técnico e jogadores compram o discurso de torcedor e dizem coisas como: “Se deixarem chegar, vamos brigar pelo título” – como disse o zagueiro Antônio Carlos em entrevista para o Lance!. Eu pelo contrário, acho que o momento é de humildade. Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Até porque nenhuma das atuações do Botafogo convenceram ninguém que esse time é brilhante, vai brigar pelo título ou pela vaga na Libertadores. Acho que o que foi demonstrado até agora é que o time não fará vergonha no campeonato e tem tudo pra fazer uma campanha digna. Algo além, é lucro.

E sobre o que o time tem demonstrado até agora é que eu quero me debruçar. Vejamos, depois de um longo martírio de 8 jogos sem vencer, o nosso Glorioso teve 3 vitórias consecutivas e mudou sua maneira de jogar. Analisando os adversários, sucessos protocolares contra dois times que se encontram na zona do rebaixamento e contra um time misto do Vitória, mais preocupado com a final da Copa do Brasil. Tudo bem que pro campeonato, duas vitórias fora de casa são ótimas. Mas a análise tem que ir mais além.

O Botafogo agora possui dois jogadores velozes e habilidosos, que caíram nas graças da torcida. Mas entendo que o bom futebol apresentado até agora tem a ver com a postura dos adversários, que estavam pendurados com a corda no pescoço, tinham que uma hora ou outra sair para o jogo e abriram espaço para os nossos audaciosos jogadores. Contra defesas mais fechadas, como foi o primeiro tempo com o Atlético-GO, não apresentamos um bom futebol. E isso, o Papai Joel vai ter que pensar quando escalar o nosso time para enfrentar os, provavelmente, retrancados e arrumadinhos times do Avaí e Ceará. E para furar retrancas acho que a nossa referência na área (Loco Abreu) e nosso enganche e homem das bolas paradas (Lúcio Flávio) podem ser necessários.

Apesar disso, a torcida tem mais é que fazer a festa. Apesar do abusivo e criminoso aumento de ingressos, tem que lotar o Engenhão nesses dois jogos e colocar os 6 pontos no bolso.